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domingo, 20 de março de 2016

Engajamento pela escola pública de qualidade

É comum o chamado “Venha ser um amigo da escola” e o problema disso são dois principais. Primeiro porque ausenta da responsabilidade quem é de direito, ou seja, o Estado. Segundo, porque é um discurso midiático, que longe de ansiar o desenvolvimento da educação pública de qualidade, tem como causa primeira o desconto de uma série de impostos ao direcionar esforços de arrecadação de fundos para educação. Diminui seus impostos e ao mesmo tempo aumenta sua popularidade perante um grande público.
            As grandes empresas observaram que não basta uma educação diferenciada entre ricos e pobres, entre escola particular e escola pública. É preciso intervir no currículo para se iludir sobre a boa imagem do mundo dos negócios, do capitalismo social, da formação de professores e alunos para que obedeçam o receituário neoliberal. Não quero dizer com isso, que devamos descartar essas iniciativas. Que as usemos e as ressignifiquemos ao nosso favor, mas principalmente, que além da entrada da empresa na escola, entre substancialmente a militância.
            Militância que se faz por movimentos sociais ou por cidadãos comuns que acreditam num modelo de sociedade que alie diversidade e ao mesmo tempo igualdade de oportunidades independente do movimento em que atuem.
            Por isso, a escola deve abrir suas portas para militantes da causa negra, pela igualdade de gênero, da inclusão, da sustentabilidade, da proteção aos animais, dos Direitos e Deveres da Criança e do Adolescente, e diversas causas sociais. Além disso, é fundamental para um trabalho democrático e participativo o prestígio ao trabalho dos professores, a valoração do protagonismo das crianças, dos jovens e da própria comunidade, pois há muita gente que pode ajudar com seu trabalho e sua experiência.  Sob essa responsabilização tem-se a possibilidade de demonstrarem talento e exercitarem a habilidade de trabalhar em coletivo, contribuindo em diferentes frentes, aumentando o sentimento de pertencimento em relação à unidade escolar e potencializando a responsabilidade ao perceberem de que a escola é de todos da comunidade.
            A escola agradece! Os estudantes agradecem!
           

Ana Paula Ferreira
out/ 2015

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