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domingo, 21 de maio de 2017

Transformando leitura em brincadeira e em reconto

Na escola é muito comum o ato de se contar uma história e pedir que os alunos representem via desenho ou resumo.
O ato de representar é importante, frisando com os alunos que nossa memória não consegue se lembrar de tudo e é importante algum registro se quisermos recontar algo. Entretanto, o registro pode ser por várias formas, desenho, massinha, foto, filmagem, etc.
A experiência a seguir relata uma brincadeira após o leitura de "Simbá, o Marujo" e que foi realizada em casa com minha filha Isabela de 5 anos e minha sobrinha Lavínia de 7.
Ocorreu na ordem abaixo:
1) Li a história adaptada, reconto de Edson Rocha Braga.
2) Representamos com brinquedos o que foi lido.
3) Isabela tirou fotos das representações.
4) Elas criaram frases para cada imagem e eu fui a escriba, mas houve um momento que elas quiseram digitar. Na onde digitaram, eu só reescrevi embaixo para haver um entendimento.
5) Montaram uma segunda adaptação.

Veja, o livro que elas fizeram...

SIMBÁ, O MARUJO 
De Isabela S. F. B. Mafra e Lavínia Mafra
Fotos: Isabela S. F. B. Mafra
Edição: Ana Paula Ferreira



                                             SIMBÁ, O  MARUJO,   FOI  VIAJAR
                                                    A BALEIA DERRUBOU  O  NAVIO 
SIMBÁ  CHEGOU   NUMA    ILHA.   
LÁ  TINHA  CAVALO  E  LEVARAM  PARA  O  REI. 

O   REI  CHAMOU  SIMBÁ  PARA  TRABALHAR.



MAS   SEUS  AMIGOS   CHEGARAM E   SIMBÁ  ENTROU   NO  NAVIO 
O  NAVIO  FOI  ENPORA  DAILIA  E DEIXOU    SIPA    E LE ESTAVA GOMEDO  FURDAS. (Digitação)
O  NAVIO  FOI EMBORA  DA ILHA  E DEIXOU    SIMBA  PORQUE  ELE ESTAVA COMENDO  FRUTAS (Reescrita)

O   SIMBA  A  MAROU  NOPE  DOLARXCARTO VOADOR PARA  SARI  DAILHA (Digitação) 
O   SIMBÁ  AMARROU  NO PÉ  DO LAGARTO VOADOR PARA  SAIR  DA ILHA (Reescrita) 

O  LAGATO  FOCOME    COPARA  E   NA  ILHA  TINHA  JOIAS (Digitação) 
O  LAGARTO  FOI COMER    COBRA  E   NA  ILHA  TINHA  JOIAS. (Reescrita) 

O   ZOMER VOUTOU  DAI   LHA  E  BUSCOU    O   SIMBA.(Digitação)
OS  HOMENS VOLTARAM  NA   ILHA  E  BUSCARAM   O   SIMBÁ. (Reescrita) 

E  LEFO EMBORA  GOAJOIAS (Digitação)
ELE FOI EMBORA COM AS JOIAS (Reescrita) 


O  SIMBA  FOI   VIAJAR  COM  SEUS    AMIGOS  E   SEUS  PARSEROS. (Digitação)
O SIMBA FOI VIAJAR COM SEUS AMIGOS E SEUS PARCEIROS. (Reescrita) 

O SIMBA E SEUS AMIGOS ESTAVAM NO BARCO, MAS O BARCO AFUNDOU PORQUE VEIO UMA ONDA FORTE. SÓ O SIMBÁ SOBREVIVEU. 
O SIMBÁ CONSTRUIU UM BARCO PARA ATRAVESSAR A CACHOEIRA E ENTRAR PELA MONTANHA. O SIMBÁ ERA O ÚNICO SOBREVIVENTE. 

O SIMBÁ CHEGOU NO CASTELO E NO CASTELO TINHA UM REI. O REI FALOU:
- EU QUERO DAR UM PRESENTE PARA SEU REI.
O SIMBÁ LEVOU O PRESENTE PARA SEU REI.  

O SIMBÁ TROUXE JÓIAS E DIAMANTES PARA O REI DA PÉRSIA.
O REI PEDIU PARA SIMBÁ LEVAR DIAMANTES PARA O REI DE OUTRA ILHA. 

O BARCO FOI ATACADO POR PIRATAS.
TEVE UMA GUERRA E PRENDERAM TODOS E SIMBÁ VIROU ESCRAVO. 

O SIMBÁ COMO ESCRAVO MOSTROU PARA O SEU CHEFE NA ONDE TINHA MARFIM E O SEU CHEFE PEGOU OS MARFINS E FICOU RICO.
O CHEFE DE SIMBÁ DEIXOU SIMBÁ IR EMBORA.  


O SIMBÁ FICOU RICO PORQUE ELE GANHOU MARFIM E JÓIAS E VIVEU FELIZ PARA SEMPRE COM A SUA FAMÍLIA. 

domingo, 7 de maio de 2017

O uso da Internet e a formação de gênero feminino na infância

Vamos repensar o uso da tecnologia? Em que medida jogos eletrônicos podem influenciar a subjetividade das crianças e principalmente as meninas?

Vejam o resumo do trabalho apresentado no Simpósio LUBRAL clicando AQUI página 147.







A greve: um ato educativo

Quando se faz a opção por uma greve é porque várias alternativas foram apresentadas, mas não se teve êxito. Não é uma decisão feita às pressas, nem de forma unilateral e por isso há assembleias para se votar em relação à adesão. Uma das pautas da greve dos trabalhadores estaduais em Educação é a suspensão da Reforma da Previdência. A greve é nossa, nós que sofremos ataques por estarmos com as aulas suspensas, mas cabe frisar que a Reforma da Previdência atingirá a TODOS, portanto essa luta num gesto de coragem deveria ser de cada um de nós.

Estamos com as aulas paralisadas desde 15 de março, mas nossas atividades não pararam. Participamos de reuniões sindicais; fizemos estudos sobre a PEC 287; elaboramos panfletos e cartazes, organizamos palestras para comunidade; panfletamos em feiras, escolas e comércios; somamos nas passeatas; enviamos e-mails aos deputados para que votassem contra ao Projeto; pressionamos nossos vereadores de modo que assinassem uma nota de repúdio e encaminhassem para o Congresso.

Essas ações fazem parte de um entendimento de que paralisação é mobilização e de que ao estarmos esclarecidos sobre os prejuízos em relação aos direitos trabalhistas e de seguridade devemos fazer da greve um ato educativo de forma que mais pessoas entendam o que está se passando e quiçá saiam de sua zona de conforto para somar no movimento.

Direito à aula é um direito que não será subtraído e por isso haverá reposição desses dias. Entretanto, é direito também do aluno, enquanto futuro trabalhador, exercer suas atividades em condições dignas e não sob os efeitos da flexibilização das leis trabalhistas; é direito a se aposentar após anos de contribuição; é direito de a mulher ter o benefício da Previdência antes do homem lembrando sua tripla jornada.

São direitos que serão retirados de diversas gerações de brasileiros e brasileiras e o que mais me preocupa é acusação social, e de nossos próprios alunos, preocupados com as escolas fechadas. Isso mostra que a criticidade, objetivo de inúmeros Projetos Político Pedagógico não está sendo alcançado, pois ser crítico é fazer projeções a médio e longo prazo, é repensar os impactos coletivos e sociais, é ir além do imediatismo, é refletir sobre o senso comum midiatizado, é perceber no contraditório o movimento de pressão, de luta e de mudança.

Nós professores estamos sendo o contraditório numa sociedade que se acovarda e pouco discute os problemas da Reforma da Previdência. Que essa nossa ação sirva de ato educativo é a nossa esperança.

Ana Paula Ferreira