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quarta-feira, 20 de abril de 2016

Escola no mundo: a leitura e a escrita com preocupação social

                           
                Paulo Freire, um dos grande educadores brasileiros, salientava a importância da leitura de mundo e até hoje sua voz ecoa para nos fazer lembrar que não basta a leitura da palavra.
            Quando os alunos saem da sala e partem para o mundo eles leem os sinais de trânsito, as fisionomias das pessoas, o comércio, os problemas ambientais e sociais e tudo quanto o mediador, que é o professor, orientar a ver. O que era despercebido por um transeunte comum que passa pelas ruas sem notá-las ganha outro apreço por aqueles que começam a se sensibilizar com o que antes era banal.
 Por fim, mesmo que o professor não direcione, os próprios estudantes começarão a enxergar um bueiro entupido, uma rua esburacada, um terreno baldio invadido pelo lixo, a falta de médicos num posto de saúde e passarão a refletir sobre o seu papel no mundo diante de várias questões: O que acontece diante desses problemas? A quem atrapalha? Como se pode evitar? Quem são os responsáveis pela conservação e fiscalização? Como se pode acionar para que cumpram essa responsabilidade?
Ao iniciar o aprendizado de leitura e escrita o aluno inicialmente vê o que é mais comum e numa palavra tal qual BEXIGA, a Beatriz enxergará o BE, a Isabela o I e a Gabriela o GA. Assim ocorre na nossa visão de mundo: estamos presos no corriqueiro e precisamos dos desafios e da ousadia para alargar nossa perspectiva. Daí a importância da leitura.
Lemos para interpretar, compreender, contribuir na formação de nossa consciência e de criticidade. Ler o mundo é uma prática que tal qual a alfabetização deve ser um processo ensinado, no qual se possibilita a reflexão do chão onde se pisa, valora a luta dos seus e ao mesmo tempo compreende as denúncias e discordâncias que devem ser feitas.
É um caminhar porque leitura de mundo não pode ser imposta, não se aprende por mera absorção. Faz-se no dia a dia com criação de possibilidades que levem ao questionamento, recordando sempre que a escola está no mundo e o aprender deve servir para alterar o convencional, superar preconceitos, medos, mazelas e as ignorâncias de toda ordem.
Alterar o convencional pode iniciar-se com sair da sala de aula, lembrar que o conhecimento está em toda parte, sentir-se no mundo e responsável por ele. Diferente do ensino da leitura da palavra que encerra quando o aluno domina a escrita ortográfica, a leitura de mundo é contínua e continuamente somos atravessados por ela, não somente crianças, mas nós também adultos. Uma professora, inicialmente resistente em fazer uma visita à biblioteca do bairro, teve sua leitura de mundo alterada quando diz que adorou essa aula passeio. Percebeu o quanto a comunidade recebia com bons olhos essa atitude da escola e o quanto os alunos corresponderam a esse olhar positivo que foi lançado sobre eles.
O incentivo deixa de ser somente o gosto pela leitura, mas envolve a questão da perspectiva: como ajo no meu bairro? Como devo me portar num ambiente de biblioteca ou nas ruas? Envolve também a questão sócio-política ao se buscar refletir sobre os aparelhos públicos presentes, ausentes ou subutilizados e procurar enquanto sujeito fazer parte desses equipamentos.
Que continuemos com a leitura de mundo, escola dialogando com a sociedade e que avancemos para uma escrita que se faça enquanto enfrentamento ideológico. Da leitura para escrita, do interpretar o mundo para o agir no mundo.

Ana Paula Ferreira 
18/04/2016


sexta-feira, 8 de abril de 2016

Vídeos sobre a questão indígena

Mês de abril é um mês que muitas escolas acabam enfocando sobre os indígenas.

De modo a trazer um olhar sem estereótipos, com muita sensibilidade recomendo esses dois vídeos de duas fotógrafas que se dedicaram a retratar a vida indígena.

Um é de Claudia Andujar a respeito de seu trabalho enquanto repórter fotográfica. Ela foi tocada pela causa indígena ao perceber o extermínio desses povos durante a construção da  Transamazônica e passou a defendê-los mundialmente.

Vejam em

Outro é da fotógrafa Rosa Gauditano que destaca as condições subumanas que vivem os índios pertencentes à tribo Guarani Kaiowá.

Vejam clicando aqui.

Para um olhar plural sobre as diversas culturas e povos indígenas, sob a fala e a memórias dos próprios índios, vejam o vídeo, "Índios Brasileiros".

Ana Paula Ferreira
08/04/2016

terça-feira, 5 de abril de 2016

História do ouro em Minas Gerais: do ouro à inconfidência mineira

Aula: Corrida do ouro em Minas Gerais, Inconfidência e Tiradentes

Objetivos:
Os educandos devem ser capazes de:
ü  Compreender as razões que levaram os colonizadores a empreenderem uma busca por metais preciosos;
ü  Relacionar a mineração com a formação de diversas cidades: as diretamente que sofriam o impacto e as que se localizavam próximas onde se formou a Estrada Real;
ü  Perceber a sociedade da época, marcadamente escravocrata, desigual e com altos impostos;
ü  Contextualizar mediante este cenário social e relacioná-lo com a Inconfidência Mineira;
ü  Refletir sobre a figura de Tiradentes: por que ora vilão, ora herói?

Metodologia:

·         Apresentação em Power Point;
·         Mapa do Brasil: localização de Minas Gerais, das cidades citadas e da Estrada Real;
·         Mostrar imagens que ilustrem a riqueza da época (igrejas suntuosas, vestimentas do grupo dominante, casas) e da pobreza (roupas e ausência de calçados dos escravizados). Por que da pobreza se havia tanto ouro? Dialogar de modo que percebam o sistema escravocrata e a desigualdade social. 
·         Mediante a poesia de Cecília Meireles, O romanceiro da inconfidência, apontar junto dos alunos os personagens da inconfidência presentes na poesia. Exemplo – participaram da inconfidência os militares e para isso, a poetisa escreve “brilham fardas”.
·         Leitura do texto “21 de abril – dia de Tiradentes” presente no site http://brasilescola.uol.com.br/datas-comemorativas/tiradentes.htm e depois responder as questões dispostas no último slide da apresentação em Power point.
Avaliação:
ü  Participação e interesse na exposição da aula.
ü  Interpretação da charge da fuga dos holandeses e sua relação com a corrida do ouro.
ü  Descrição da sociedade da época.
ü  Leitura e interpretação da poesia de Cecília Meireles, O romanceiro da inconfidência.
ü  Leitura do texto sobre Tiradentes disponível no site http://brasilescola.uol.com.br/datas-comemorativas/tiradentes.htm e entendimento das imagens que foram feitas deste personagem. 
ü  Para Casa: pesquisa sobre igrejas e esculturas da época e sua relação com a riqueza proveniente das minas de ouro.




Para ver os slides clique aqui.