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quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Proalfa e sugestões para melhorar o desempenho da escola nos descritores

As avaliações externas não devem ser tratadas como mera burocracia, mas como mecanismo de se pensar onde a escola avança e onde apresenta lacunas no desenvolvimento dos estudantes.

Os slides abaixo mostram a partir da nota de determinada escola pelos resultados do Proalfa algumas estratégias de intervenção em cada descritor, detalhando principalmente aqueles que vão além da alfabetização e aquisição do código escrito.

É interessante analisar os modelos de cobrança das provas para saber como é exigido determinado conteúdo, mas friso que são atividades que devem ser adaptadas e repensadas de acordo com cada realidade, intercalando as exigências das Secretarias de Educação e fomentando um processo de humanização.

Vejam os slides aqui


sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Quem luta educa

Qual é o compromisso que temos com a educação pública? Ser competente e dominar os conteúdos, incluir alunos com dificuldades, agir de forma ética quebrando preconceitos e intolerâncias, avaliar pelo que o estudante apresenta e não mediante comparações, ofertar um ensino com diversidade de metodologias, agregar o conhecimento alheio, aproxima-se da comunidade, incentivar o questionamento e a autonomia. São vários os compromissos que assumimos quando nos propomos educadores e por isso que exercer a autoridade de ensinar é um desgaste psicossocial. Não somos professores apenas das 13 horas às 17h20min e as exigências da profissão faz com que o trabalhador da educação se repense na fulcral pergunta “Que tipo de referência estou sendo?”
Por mais que a sociedade tenha mudado e a figura quase sagrada do professor não exista mais, ainda percebe-se o peso de seu discurso, a intervenção de sua postura, a força de sua palavra. Nas palavras não estão somente informações que explicita ou implicitamente, revelam nossa visão de mundo, de ser humano, de sociedade e que interferem na educação dos estudantes e das famílias.
Quando há uma chamada nacional para paralisação dos trabalhadores de modo que reajam na defesa de seus direitos e busquem avançar em tantos mais e, os professores agem como se nada ocorresse, que mensagem está fornecendo a seus alunos?
Podemos enumerar diversas concepções de mundo presentes nessa negligência, como por exemplo, que o conteúdo é distante da vida, que não há esperanças em lutar, que exercer o direito a cidadania participativa é somente discurso em aula de História, que se calar e resignar é o melhor remédio.
Sabemos que entre os nossos colegas de trabalho muitos remarão contra as ações sindicais dizendo que não os representam. Porém é importante pensarmos que mudamos qualquer sistema (político, educacional, sindical, etc.) de dentro da estrutura, questionando propondo alterações. Portanto, não será em intervalos na sala de professores com queixas que alteraremos o órgão que nos representa.
Por vezes também serão lançadas dúvidas sobre o trabalho dos que aderem à paralisação sob a justificativa de prejudicarem os estudantes. Quem geralmente paralisa não está se furtando do trabalho, mas pelo contrário, tendo dois trabalhos. Primeiro porque participará de passeatas e de encontros para se informar a respeito das propostas do patronato. Depois porque obrigatoriamente deverá repor aquele dia.
É mito dizer que paralisação ou greve prejudica os estudantes. O que prejudica são medidas governamentais pouco interessadas no trabalho da educação, são rasteiras políticas que enfraquecem a educação pública de qualidade.
Se acreditamos na autonomia do estudante também devemos exercer a nossa fugindo de justificativas “Se todo mundo parar eu paro”. Se compreendemos que a aula não é somente dentro das salas, podemos avançar para as ruas de modo que os conteúdos se transformem em hino de força e de união.
Quem luta educa, pois deixa o testemunho de seu compromisso com uma educação que transcenda a sala e a escola em busca de uma qualidade no atendimento a contar com a própria valorização do professor.
Avancemos na luta!
Ana Paula Ferreira

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Folclore regional: fortalecer nossas raízes


Folclore é Saci, Iara, Boi Bumbá, Boto Cor-de-rosa, Negrinho do Pastoreio. É crendice, provérbio, prato típico, ditado popular, trava-língua, chás, benzeduras. É cultura de um povo, é sabor, cheiro, som, história, tradição. Frente a uma indústria cultural que apaga as memórias, aprecia o que há de mais imediato e massifica, folclore é resistência de grupos que buscam preservar sua cultura, nos dizeres de Brandão (1982, p.41) “A cultura do folclore não é apenas ‘culturalmente’ ativa. Ela é também politicamente ativa. É um codificador de identidade, de reprodução dos símbolos que consagram um modo de vida da classe.”
Para preservarmos é necessário conhecer, sair do senso comum de folclore associado tão somente ao Saci-Pererê e nos deslocarmos para a posição de curiosos vendo em cada manifestação folclórica um gesto de rebeldia tal qual uma planta que nasce no asfalto. O folclore traz a marca do povo e por isso tem os caracteres culturais do africano, do português e do indígena formando o que conhecemos através da transmissão oral, na imitação direta daquilo que caiu em domínio público e que alia a tradição e certa dinâmica.
O que é tradição na nossa região? Quais são as memórias locais? Quais lendas regionais que conhecemos? Um povo que não mergulha na sua cultura é um povo com mais condições de ser controlado e manipulado por outras culturas, de sofrer aculturação, de depreciar o modo de falar e agir de sua gente. Não quero dizer com isso que devemos nos isolar em nossos próprios saberes, mas que é necessário ter um conhecimento sólido de nossas raízes para que não fiquem expostas e vulneráveis às primeiras chuvas ou tormentas de uma cultura que homogeneíza.
Para fortalecermos nossas crianças com lendas que passeiam pela cultura de nossa cidade há vários capítulos do livro “Memórias Históricas de Poços de Caldas” de Nilza Megale que merecem ser lidos e apreciados primeiramente por nós professores. As crianças ficam encantadas com lendas tais quais da menina Cipriana, os fantasmas do cafezal e a lenda do Corumbá. Outra sugestão é entrevistar os mais velhos sobre os chás que costumavam fazer diante de alguma dor ou enfermidade, pesquisar ditados populares usados na família e seus significados, enfim, partir do local e estender para um universo cultural cada vez mais amplo, de troca, de fortalecimento do existencial, instigando a valorização e o pertencimento sem perder de vista a abertura para o desconhecido.

Ana Paula Ferreira

Referência:
BRANDÃO, C. R. O que é Folclore. São Paulo: Brasiliense, 1982. 
Texto publicado no Jornal da Cidade, 09/09/2016



quarta-feira, 7 de setembro de 2016

As principais tendências pedagógicas e o uso do letramento

Esse artigo foi publicado nos anais do X Encontro Ibero-Americano de Educação.
Discute o letramento aliado a perspetiva pedagógica.

Cliquem aqui para ver o texto completo páginas 945- 953.


terça-feira, 6 de setembro de 2016

Filhote do filhote - atividades

Filhote do Filhote

Rubinho do Vale

 

Moro numa linda bola azul
Que flutua pelo espaço
Tem floresta e bicho pra chuchu
Cachoeira, rio, riacho.
Acho que é um barato
Andar no mato
Vendo o verde
Ouvindo o rock'n'roll e o sapo ensaiando
De manhã cedinho
Os passarinhos dão 'bom-dia' pro sol
Cantando
Terra, leste, oeste, norte, sul
Natureza caprichosa
Tem macaco de bumbum azul
Tem o boto cor-de-rosa
Árvores, baleias, elefantes, curumins
E o mundo inteiro está com a gente vibrando
A nossa torcida pela vida a gente vai conseguir cantando
Cuida do jardim pra mim
Deixe a terra florescer
Pensa no filhote do filhote
Que ainda vai nascer
Moro numa linda bola azul
Que flutua pelo espaço
Tem floresta e bicho pra chuchu
Cachoeira, rio, riacho.
Acho que é um barato
Andar no mato
Vendo o verde
Ouvindo o rock'n'roll e o sapo ensaiando
De manhã cedinho
Os passarinhos dão 'bom-dia' pro sol
Cantando
Cuida do jardim pra mim
Deixe a terra florescer
Pensa no filhote do filhote
Que ainda vai nascer


Professora: ________________ Data: ________ Ano: _______
Estudante:____________________________________________

ESTUDO DO TEXTO ‘FILHOTE DO FILHOTE’


1)   Qual é o autor? _____________________________________

2)   Qual é o objetivo desse texto? 
(A) noticiar   (B) definir   (C) emocionar

3)   Escreva o significado:
Curumim - __________________________________________
Vibrando -___________________________________________
        
4)   Tire as letras e forme outra palavra:
Floresta – (esta) = ________         
Cachoeira – (eira) = ______________
Riacho – (ri) = __________           
Barato – (ba) = _____________
Passarinhos – (rinhos) = _______  
Filhote – (te) = _____________

5)   Circule as palavras na música e copie:

S no início
SS
S com som de Z
CH













a)   Quando usamos o S com som de Z?_______________________

6)   Coloque as rimas que foram usadas na música:
Sul- ___________                      Caprichosa - ______________
Vibrando -  ______________     Jardim - ______________
Florescer - ______________      Barato - _______________

7)   O que é a “bola azul”?
__________________________________________________

8)   Quem faz o rock’n’roll no mato? ______________________

9)    Como os pássaros dão “Bom dia”?___________________

10)                Por que a música chama “Filhote do filhote”?
(A)  Porque fala de filhotinhos.
(B)  Porque devemos machucar os filhotes.
(C) Porque fala do cuidado pela natureza para a deixarmos para os  todos os filhotes. 

11) Desenhe 5 situações de como podemos deixar a bola azul mais feliz.

Para ouvir a música... Música e vídeo



Do barro se cria o objeto e o criador: a importância da escultura na escola


Há inúmeras lendas sobre a criação do homem e muitas convergem de que o ser humano foi criado do barro. Barro, material flexível e com tamanha plasticidade que permite vários contornos e reconfigurações. A partir dele se molda, dá forma, transforma e reforma, criando um objeto mutável pelas leis da ação externa. E assim, o ser humano, concebido nas mitologias como oriundo da argila se apresenta: imprevisível, dinâmico, atendendo aos condicionantes externos, mas não sem certa resistência permitida pela sua matéria plástica.
A ilustração disso pode ser encontrada na mitologia ioruba, do povo situado onde hoje compreende a Nigéria. Tentando criar o ser humano do ferro o orixá Oxalá não obteve êxito, pois o ferro era rígido demais. Depois, ao usar a água como matéria-prima seu objetivo tornou-se um fracasso, pois o objeto não constituía uma forma definida. O sucesso adveio quando utilizou o barro e moldou o ser humano.
Não somos, portanto nem tão endurecidos nem tão maleáveis, o que nos torna em grande sentido sujeitos e assujeitados, criadores e criação de um contexto que interfere na nossa identidade, a qual não está posta nem fechada, mas semiaberta para o mundo e transformando o mesmo.
Esta abertura acontece, por exemplo, quando a criança situada no meio urbano de uma cidade de médio porte e moradora da periferia se defronta com uma realidade que não é a sua, mas se interessa em captar essa nova (es)cultura.
Habituada que está com o lápis e o papel se diverte na manipulação da argila. Se no manuseio da folha a criança faz o rabisco, o nome, o texto ou o desenho com traços e dentro de um espaço bidimensional, no barro o movimento de pinça não basta. Na escultura há o encontro da unha e de cada dedo para com o objeto, o tato é a pedra de toque para se perceber a textura e a necessidade de mais ou menos água e a paciência é treinada para se dar forma ao pensamento que se também se cria e se recria através da ação das mãos.
Uma inteligência que supera o abstracionismo, partindo da concretude da matéria amorfa para lhe fornecer corpo numa relação entre saber técnico e arte que os indígenas aprofundaram tão bem através das cerâmicas artisticamente desenhadas e cujo saber deve ser não somente valorado como objeto de estudo de nossas crianças.
Quando a criança molda o barro representa o gesto da criação, pois coloca nele seu toque, sua firmeza e sensibilidade, suas marcas e suas ações. Mas, essas ações não estão isoladas... Representam todo o universo cultural que a criança está exposta, traz a memória de suas raízes, de sua personalidade e por isso, a criança cria diante de sua criação e se inova com os procedimentos utilizados por outros grupos.
Uma forma concreta de apresentar às crianças a cultura indígena: sem estereotipias e com imenso valor simbólico em que criador e criatura se misturam.
Ana Paula Ferreira

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Aula: Independência do Brasil (?)

AULA: O GRITO DA INDEPENDÊNCIA

Objetivos:
ü         Os educandos devem ser capazes de:
·         Identificar acontecimentos anteriores ao Grito de Independência.
·         Perceber interesses de a Família Real ter vindo ao Brasil.
·         Ler criticamente o quadro “Grito do Ipiranga”.
·         Distinguir as diferenças entre Brasil colônia e Brasil império. (Rever linha histórica)
·         Analisar o porquê da ausência da participação popular.
·         Fazer paralelos com a atualidade: como é a independência do Brasil? O que significa ser independente? (Comparação com o filho que sai da casa dos pais, mas continua sendo tutelado por estes) 

Para discutir o assunto da independência política do Brasil em relação a Portugal, há o vídeo abaixo de curta duração e mais dois sites que refletem sobre os mitos do quadro de Pedro Américo "Independência ou Morte".