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segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Há sentido na escola?

Sentido é a essência atribuída por um sujeito numa atividade, trabalho, relação, enfim... em algo que esteja sendo realizado com desprendimento de energia. Se não há sentido, ocorre a alienação, pois retira do ser humano algo que lhe é próprio que é sua condição de ir além do palpável para alcançar as vias do projeto, do que está no horizonte.
O horizonte é do sujeito, mas pode ser criado e compartilhado por outros. Exemplo disso é quando se lança um desafio e os estudantes na ânsia de acharem as respostas se mobilizam quebrando a cabeça. Inicialmente não tinham o problema (dado concreto) nem a vontade de solucioná-lo (sentido), mas foram impulsionados a saírem da inércia para um movimento intelectual.
Lembrando que o horizonte é do sujeito, os problemas só se tornarão um objeto de estudo se fizerem sentido para este. Trinta alunos, trinta sentidos? Não se trata de fórmula matemática, até porque cada pessoa tem inúmeros sentidos na vida e, alguns desses incontáveis se misturam com tantos outros de outras pessoas e achar o denominador comum não é tão complicado. 

Isso aconteceu em casa. Minha filha de 5 anos aprendeu a ler, mas é interessante perceber que não lê seus próprios livros. Acha cansativo ficar decodificando um texto que já sabe a história. Então pega o livro e narra cada parte dele com seu vocabulário, suas impressões, sua autoria. Criou sentido na narração, mas não na leitura. Por outro lado, numa brincadeira com ela e minha sobrinha, eu espalhei dicas de caça ao tesouro pela casa e para encontrá-lo precisavam ler as recomendações. Eu achei algo em que duas crianças se sentiam tocadas a ler e elas em contrapartida divertiram-se lendo, porque ler foi desafiador e a leitura ganhou sentido.
Quando o sentido não é criado, ocorre em sala de aula um ato rotineiro que é a relação de troca atividade/ nota. Assim, a criança assimila aprendizagem como ato servil onde seria emancipatório, preparando-se futuramente para ser um funcionário que obedece, mas não questiona, e trabalha não por se sentir existencialmente realizado, mas pela troca trabalho/ salário. Sob esse modelo a escola ensina a alienação e ainda costura uma mentalidade individualista e pragmática afinal o que importa não é o fruto do meu trabalho e suas funções sociais, mas sim minha remuneração ou minha nota.
Se quisermos uma educação existencial ela deve ser construída com base no sentido, pois sentido é vida, é pulsação e cor, fora isso se cria uma educação que sequestra o indivíduo da sua própria criação e alimenta um sistema socioeconômico que reduz o sujeito a insignificante capital humano.
Ana Paula Ferreira

sábado, 5 de novembro de 2016

Textos e interpretação: comunicação, saúde e atividades econômicas


Leia o texto abaixo e responda:

        Quanto mais tempo a criança fica em frente a televisão pior é para elas. Uma pesquisa feita nos Estados Unidos mostrou que as crianças que assistem muito televisão tem notas mais baixas porque a concentração diminui, não conseguem manter o foco em uma atividade, são impulsivas e podem desenvolver diabete e obesidade. Outra coisa que a pesquisa apontou é que filmes violentos deixam as crianças mais agressivas e que meninas que passam horas na frente da TV tendem a ter uma puberdade precoce.

1) Dicionário:
Diabete:_______________________________________________________________
Obesidade:____________________________________________________________
Puberdade:____________________________________________________________
Precoce:_______________________________________________________________

2) Sobre qual meio de comunicação o texto está falando?____________________________

3) O que a pesquisa mostrou?___________________________________________________
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4) Por que os filmes violentos NÃO são adequados para crianças? 
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5) Poços de Caldas é uma cidade que recebe dinheiro de impostos da indústria, do comércio e do turismo. Ligue cada setor ao exemplo de atividades.

         Indústria                                                    Hotéis, Walter World

         Comércio                                                   Casas Bahia, shopping
                  
         Turismo                                                    Alcoa, Danone, Phelps

Veja o gráfico abaixo e responda:



6) Qual é o meio de comunicação mais usado pelas famílias dos alunos?_______________


7) Qual o menos usado?_______________________________________________________

OBS. O mais interessante é fazer o gráfico com base no que os alunos da própria sala evidenciam de suas casas. É uma forma de diagnóstico da turma em relação aos meios de comunicação e ao mesmo tempo uma construção coletiva de um texto que os estudantes precisam dominar. O professor pode listar diversos meios de comunicação e pedir que os estudantes levantem a mão uma única vez para o meio de comunicação mais utilizado em casa. Com base na coleta é possível construir esse tipo de texto e articular Matemática e Geografia nos anos iniciais do Ensino Fundamental.

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Poços de Caldas: um pouco da história dos meios de transporte e interpretação

HISTÓRIA DOS MEIOS DE TRANSPORTE EM POÇOS DE CALDAS

         Na nossa cidade existiram alguns meios de transporte que hoje não existem mais. Cada um teve sua importância de acordo com a época.
·        Carros de boi – iniciaram o progresso da povoação transportando produtos locais e trazendo de outras cidades, as utilidades necessárias à vida diária do povoado.
·        Banguês – viaturas cobertas, suspensas por grossos varais, onde eram atrelados cavalos ou bestas, um na frente e outro atrás e serviam para o máximo dois usuários.
·        Troles – carruagens rústicas descobertas, mais estreitas na frente e alargando para trás, dava assento para quatro passageiros, além do cocheiro, havendo ainda lugar para bagagem.
·        Trem – através da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro fundada em 1872. Trazia turistas principalmente de São Paulo e Rio de Janeiro, mas com o aparecimento das rodovias, diminui-se o transporte de passageiros pela ferrovia.
·        Bonde de burros – começou a trafegar em Poços de Caldas em 1892, cujo trajeto passava pela Estação Mogiana, Rua Junqueira, Marquês de Paraná (Assis Figueiredo), Rua da Vala (Avenida Francisco Salles) e Praça Senador Godoy (atual Pedro Sanches). Como era muito lento, perdeu a finalidade e em 1899 seus trilhos foram retirados.
·        Tilburis – viaturas ligeiras, puxadas por cavalos e com a boleia alta para o cocheiro. Eram cobertos por ampla capota e alguns possuíam cortina para proteger os fregueses das chuvas inesperadas.
·        Aranhas – meio de transporte arredondadas na parte de trás, onde ficava a portinhola de acesso.

Resumo do livro “Memórias históricas de Poços de Caldas”, Nilza Megale

1)     Ligue:

         Carros de boi                                   Trazia turistas

         Bonde                                              Passava por algumas ruas da cidade

         Carros de boi                                   Trazia produtos de outras cidades.

2) Por que o bonde de burros deixou de existir em Poços de Caldas?
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quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Problemas envolvendo conhecimento geométrico, capacidade e medida




Estudante:____________________________________________________  Data:_____________            Ano: 3º____ 

1)    Samara observou que todas as janelas de uma sala eram retangulares e contou os lados de todas as 6 janelas. Que número ela encontrou?
Conta
Resposta:

(  A   ) Encontrou 36 lados.
(  B   ) Encontrou 25 lados.
(  C   ) Encontrou 24 lados.
(  D   ) Encontrou 6 lados.
2)    Letícia tem um jogo com 9  pentágonos. Ela resolveu contar quantos vértices tinha no total de todas as figuras. Que número ela encontrou?
Conta
Resposta:

(  A   ) Encontrou 90 vértices.
(  B   ) Encontrou 40 vértices.
(  C   ) Encontrou 45 vértices.
(  D   ) Encontrou 5 vértices.


3)    Evandro precisa dividir 2 litros de refrigerante em copos de 500 ml. Quantos copos ele conseguirá encher?
Conta
Resposta:

( A ) 3 copos.
( B ) 4 copos.
( C ) 2 copos.
( D ) 5 copos.

4)    Wallison mede 1, 37 metros. Lembrando que 1 metro é igual a 100 centímetros, quantos centímetros Wallison mede?
Conta
Resposta:

( A ) Ele mede 1.370 centímetros.
( B ) Ele mede 1.300 centímetros.
( C ) Ele mede 1.037 centímetros.
( D ) Ele mede 137 centímetros.

5)    Danilo tinha 4 litros de suco. Tomou 1 litro e meio. Quantos litros sobraram?

Conta
Resposta:


( A ) Sobraram 2 litros e meio.
( B  ) Sobrou meio litro.
( C  ) Sobraram 3 litros.
( D ) Sobraram 1 litro e meio.

Reflexões sobre filhos de políticas públicas

Hoje a mãe de Isabela ficou encantada em ver que a filha de apenas 5 anos, estava preferindo ficar em casa escutando a leitura do livro “Frankenstein”, adaptação de Laura Bacellar, do que ir passear na casa da prima, amiga inseparável de bagunças.
Isso é reflexo de uma criança que desde bebê ouviu estórias... Contos de fadas, fábulas, histórias em quadrinhos e hoje escuta a leitura de obras de mais de cem páginas na qual a mãe lhe conta um ou dois capítulos por dia.
Se a Isabela gosta de livros é também por conta de professoras que todos os dias lhe contam belíssimas histórias e que ela reconta com grande encantamento. Se as professoras contam é porque há livros na creche e esses livros fazem parte de um Programa de livro na escola.
Tem também participação nesse processo as caixas de livros de leitura que foram encaminhadas a todas as escolas de 1° ao 3° ano porque sendo a mãe de Isabela professora, trazia os livros para casa para lê-los para a filha e assim saber o que esperar do livro ao abordá-lo em sala de aula.
Indiretamente, o gosto pela leitura é decorrente ainda das políticas de formação de professores, como por exemplo, o Pacto Nacional de Alfabetização na Idade Certa, na qual pela primeira vez na história da educação do Brasil professores foram remunerados para estudarem e onde a pedra de toque foi tornar a leitura como algo rotineiro e prazeroso na sala de aula.
É reflexo de um investimento maciço em educação ao ponto de se ampliar o número de universidades federais e de pós-graduações possibilitando que a mãe de Isabela faça mestrado e busque trazer para a vida o que aprende na academia.
É consequência de investimentos em Educação nos últimos anos que possibilitaram construções de novas creches, demarcação de um piso salarial para professores (embora não cumprido em Poços de Caldas) e coisas que foram conquistadas, mas que ainda a Isabela não vivenciou como o Instituto Federal, PROUNI, Ciência sem Fronteiras.
E é isso que deixa a mãe de Isabela com um misto de alegria e de tristeza. Alegra-se em ver a filha se deleitando com a leitura, capital cultural que será sua herança. Por outro lado sofre em saber que várias conquistas no campo da Educação a Isabela e sua geração muito provavelmente não tomarão parte.
Se hoje a Educação mesmo com todos investimentos nos últimos anos ainda não é a dos nossos sonhos, tampouco será com a votação da PEC 241 que prevê um congelamento de gastos nessa área por 20 anos. Não conseguimos ensino integral para todas as nossas crianças, nem acabar com o analfabetismo funcional. Não conseguimos incluir de forma digna os que possuem necessidades especiais nem ofertar um ensino que alie disciplinas obrigatórias e as optativas como dança, música ou teatro. Enquanto nação, não conseguimos uma série de coisas, mas sem dúvida estávamos avançando com políticas públicas atinentes com as minorias sócio-culturais ao se possibilitar que o negro e a classe trabalhadora ocupassem espaços que eram privilégio da burguesia.
Saqueiam os investimentos progressivos, amanhã vendem a Petrobrás e junto com ela vão-se embora os 10% do pré-sal para Educação, e daqui alguns anos viveremos um desmonte da educação pública. Hoje é um dos dias em que nos roubam os sonhos de uma educação de qualidade que possibilitaria que os filhos do trabalhador tivessem as mesmas oportunidades que os filhos do patrão.

Fico apenas com a alegria de lembrar a vivacidade da Isabela em aprender... Agarro-me a isso para me sustentar...

Texto também publicado no Jornal da Cidade de 14/10/2016

Somos professores...

Ser é bem diferente de estar... Estar é uma condição passageira, transitória, sem ligação profunda com o passado, nem planos para o futuro. Ser é existencial, pois parte do que já somos e nos ressignifica. Não é uma peça de roupa que trocamos, mas a nossa vida que é significativamente alterada ao longo de um percurso.
Por isso, não estamos professores. Somos professores!
Somos professores não porque nascemos com sacerdócio ou dom! Preparamo-nos de forma sistemática nos cursos de graduação e essa formação merece respeito. Porém, ao entendermos que é uma profissão que não lida apenas com a aquisição do saber, mas, sobretudo com a construção do ser humano, ser professor é algo que mexe com quem bebe desta água. Abala-nos porque precisamos estar o tempo todo lidando com nossas questões éticas, estéticas, culturais e sociais para oferecermos o de melhor para a formação do outro, formAÇÃO que em seu processo impacta sobre quem somos e para que ensinamos.
Não é por sermos professores que deixaremos de tomar cerveja nos fins de semana, nadar de biquíni ou de usar maquiagem. A mudança não é virar a Professora Helena do Carrossel, mas é bem mais profunda, pois remete a pensarmos na importância de nossa prática ver junto de nosso discurso.
Ao ser professor em escala menor ou maior buscamos uma educação que altere o mundo e diante disso precisamos travar lutas contra os nossos dragões internos. Dragão do medo da rejeição de uma aula que foi cuidadosamente planejada; em lidar com a raiva diante dos desrespeitos; em sentir a alegria das conquistas de nossos alunos. Quantos sentimentos envolvidos! E por isso somos... porque erramos, acertamos, respiramos e transpiramos a educação!
Ser professor não é tarefa fácil, principalmente no cenário político atual em que se sacrifica a educação sob o lema vil de fortalecer a economia, como se essa se sustentasse sem aquela. É uma profissão difícil frente à negligência social que abandona a educação primária e as relega para a escola. Mas, diante de todas as dificuldades, seguimos sendo professores, nos reconstruindo e lembrando que essa data serve para reforçarmos a nossa importância na reconfiguração de outra sociedade, a começar pela valorização da educação pública de qualidade e dos profissionais que nela trabalham.

Ana Paula Ferreira