Quando
o ser humano manuseia uma massa de modelar ele coloca na massa sua força e sua
sensibilidade, ele transforma a matéria amorfa em objeto distinto e com sua
singularidade.
A
massa resiste: entra nos vãos dos dedos, escorre pela mão, foge pelas fendas.
E
nessa relação entre o ser humano e a matéria, ambos vão se constituindo. O
primeiro vira artista - ainda que amador, mas artista - pois cria, testa
possibilidades, brinca, transforma. Já a massa não é mais massa é um produto
feito pela criatividade humana.
Por
que não aproveitar a massinha em sala de aula?
Além
dessa experiência sinestésica e de expressão artística, a massinha pode ser
usada para alfabetizar. Sim! Ela não deve estar presente apenas na Educação
Infantil.
Acontece
que quando os alunos já passaram pelo conhecimento da letra bastão e começam a
ler em letra de impressa se deparam com dificuldade da semelhança das letras,
afinal a diferença entre b e d ou q e p é apenas o lado da ‘barriguinha’, entre
p e b a diferença é se a haste está em cima ou embaixo... Parece simples para
nós que já somos alfabetizados, mas para a criança isso se constitui em
dificuldade de percepção visual, ou seja, em compreender mínimas diferenças que
se são importantíssimas para o processo de leitura.
A
massinha que, aliás, é interessante que se faça com os alunos, pode também
contribuir para isso. Ao manusearem a massinha, os alunos podem ser convidados
a traçar com a mesma determinada letra de imprensa. Sentados em círculo o
professor passa olhando para ver se todos conseguiram realizar a atividade.
Caso algum não tenha conseguido o professor intervém de modo que o aluno
perceba o que está diferente em relação ao convencional.
A
letra será do menino. Não será a letra “perfeita” do livro didático para a qual
a criança não tem relação nenhuma. Será sua letra, sua “escultura” de letra e
daí ficar mais fácil do aluno conseguir diferenciá-la, pois atribuirá o sentido
da criação, o vínculo do criador com a criatura.
Vale
como ais uma dica para traçar letras. Afinal sem distingui-las não se
alfabetiza!
Ana Paula Ferreira
24/10/2015
24/10/2015
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