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segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Massinha e diferenciação de letras


Quando o ser humano manuseia uma massa de modelar ele coloca na massa sua força e sua sensibilidade, ele transforma a matéria amorfa em objeto distinto e com sua singularidade.
A massa resiste: entra nos vãos dos dedos, escorre pela mão, foge pelas fendas.
E nessa relação entre o ser humano e a matéria, ambos vão se constituindo. O primeiro vira artista - ainda que amador, mas artista - pois cria, testa possibilidades, brinca, transforma. Já a massa não é mais massa é um produto feito pela criatividade humana.
Por que não aproveitar a massinha em sala de aula?
Além dessa experiência sinestésica e de expressão artística, a massinha pode ser usada para alfabetizar. Sim! Ela não deve estar presente apenas na Educação Infantil.
Acontece que quando os alunos já passaram pelo conhecimento da letra bastão e começam a ler em letra de impressa se deparam com dificuldade da semelhança das letras, afinal a diferença entre b e d ou q e p é apenas o lado da ‘barriguinha’, entre p e b a diferença é se a haste está em cima ou embaixo... Parece simples para nós que já somos alfabetizados, mas para a criança isso se constitui em dificuldade de percepção visual, ou seja, em compreender mínimas diferenças que se são importantíssimas para o processo de leitura.
A massinha que, aliás, é interessante que se faça com os alunos, pode também contribuir para isso. Ao manusearem a massinha, os alunos podem ser convidados a traçar com a mesma determinada letra de imprensa. Sentados em círculo o professor passa olhando para ver se todos conseguiram realizar a atividade. Caso algum não tenha conseguido o professor intervém de modo que o aluno perceba o que está diferente em relação ao convencional.
A letra será do menino. Não será a letra “perfeita” do livro didático para a qual a criança não tem relação nenhuma. Será sua letra, sua “escultura” de letra e daí ficar mais fácil do aluno conseguir diferenciá-la, pois atribuirá o sentido da criação, o vínculo do criador com a criatura.
Vale como ais uma dica para traçar letras. Afinal sem distingui-las não se alfabetiza!
Ana Paula Ferreira
24/10/2015

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