Sabe-se que a formação de gênero é algo social e cultural e nesse resumo, de um trabalho que ainda está em construção, trago algumas reflexões do impacto da internet na formação do gênero feminino.
Vejam nos anais do II Congresso Ibero-Americano de Humanidades, Ciências e Educação AQUI página 404.
Um blog para refletir sobre a educação... lembrando que a educação é do dia-a-dia, está em tudo e em todo lugar.
sábado, 28 de janeiro de 2017
segunda-feira, 16 de janeiro de 2017
Barba Azul do século XXI
Embora alguns não
saibam, mas os contos de fadas que nos encantam e emocionam em suas versões
originais eram repletos de sadismo, mutilação, incesto, conteúdos nem sempre
apropriados para o público que esse gênero atualmente se destina. Chapeuzinho é
literalmente devorada, Cachinhos Dourados se torna alimento para os ursos, as
irmãs de Cinderela ficam cegas quando pássaros lhes bicam os olhos, a Pequena
Sereia não se casa com o príncipe, mas sim vira espuma.
Um dos contos cruéis é
Barba Azul, história de um aristocrata que se casou várias vezes e mantinha o
mistério sobre o paradeiro de suas companheiras. Acontece que o protagonista se
casa novamente e antes de viajar deixa com a esposa as chaves dos aposentos,
alertando-a a não usar uma delas. Assim que se ausenta, a mulher abre a porta
com a chave proibida e para seu espanto encontra esposas mortas. O marido ao
retornar descobre a insubordinação e vai ao encalço da mulher tentando matá-la...
As histórias infantis
lidam com o imaginário e o lúdico, mas a realidade desponta porque nelas estão
depositadas as memórias de um povo, a visão de mundo de uma determinada
sociedade, tornando emergente a fantasia onde subterraneamente há os panos
sociais, econômicos e culturais. Na história em questão é ilustrado o
feminicídio, e embora o conto tenha sido publicado pela primeira vez em 1697 o
problema ainda perdura. Mantem-se nas estatísticas que colocam o Brasil entre
os cinco países com maior índice de violência contra a mulher e em histórias
tal qual a que ocorreu em Campinas-SP na virada do ano.
A vítima, igual ao que
ocorre no conto, que é culpada porque desafiou as ordens ou outro qualquer
motivo injustificável. Quando um grupo de feministas formado por trabalhadoras,
estudantes, mães e filhas faz um ato de repúdio à violência de gênero no
terminal de linhas urbanas de Poços de Caldas-MG também estão desafiando o
patriarcalismo, desobedecendo o autoritarismo, poeticamente mostrando as dores
da mulher e assim abrem com a chave proibida o quarto escuro mostrando à
dezenas de pessoas os horrores de um problema que fica escondido e que vários
Barbas Azuis não querem mostrar.
Daí os Barbas Azuis
aparecem munidos com as espadas das redes sociais querendo a morte simbólica
das feministas. Jogam sobre elas todo o seu ódio, cospem sua raiva com o objetivo
de desmoralizar o movimento e buscando calá-las para que voltem a seus postos
de trabalho quietas e cumpridores de seus deveres.
As feministas continuam
porque o dever não é apenas seguir o protocolo de cumprimento de obrigações
diárias. O dever é social, ético, político de escancarar a porta inacessível
para que mais gente possa se solidarizar com a causa, reforce os laços de
sororidade, pois o machismo só vence onde a rede de apoio à mulher está
desfiando. O feminismo diferente do machismo não apregoa a superioridade da
mulher e nem se abastece de discursos de agressão aos homens. Uma de suas lutas
é que as ações dos Barbas Azuis deixe de existir.
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